quinta-feira, 11 de julho de 2013

Fim de Amor

Carregada de emoções, com os pulsos judiados. Corria naquele corredor há horas. Um passo a cada hora. Delicadamente arrancava da boca a lembrança do beijo daquele menino. Lentamente apressava-se até o final daquele corredor. A porta parecia querer abraçá-la, embalar a doce donzela por mais algumas horas dolorosas. Impaciente, o silêncio gritava por ação. Ela esperava as horas terminarem, remoendo e removendo a cor dos esmaltes com os dentes. Do minuto, ela sentia um ano coçando sua coluna. E a maçaneta pedia a mão da moça em casamento. A moça poderia aceitar se a maçaneta pudesse vestir uma roupa bonita. O gemer prazeroso da porta indicava que a saída seria melhor que o esperado. O doce raio de sol cresceu dentro dos olhos da menina. Aceitou seu trágico destino de não ser amada e arrumou as malas. O vento soprou-a para outro universo onde poderia manter o esmalte na unha intacto.

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